Depois de alguma ausência está na altura de comentar algumas das coisas que têm acontecido neste mundo em geral e no nosso Portugal em particular.
Por lá ...
Depois de cair na armadilha do urso russo, intervindo na Osséssia do Sul contra os separatistas de uma forma mais musculada, os georgianos viram os russos fazerem o que sempre quiseram, invadirem a Geórgia.
Quais os objectivos dos russos com esta invasão ? Para lá de quererem tentar recriar o antigo império soviético cuja desintegração foi o maior erro do séc. XX segundo Putin, querem ter a exclusividade do fornecimento de petróleo e gás natural à Europa, tornando-a completamente dependente a partir daí dos desejos russos. A Geórgia tem já e vai ter mais pipelines que limitam essa exclusividade de fornecimento.
O maior problema que a Europa e o Mundo têm com os russos é que actualmente temos uma Rússia em que a adopção pela economia de mercado e as vendas energéticas permitiram criar muito mais riqueza que no regime soviético e que poderá ser canalizada para fins militares, a par de uns tiques imperialistas soviéticos.
Patético é verificar a simpatia dos comunistas portugueses pelos avanços russos. Esquecem que a Rússia actual não tem nada a ver em termos de regime sócio-económico com o socialismo ou comunismo da ex-URSS, fazendo o seu capitalismo os EUA parecerem um Estado social. Mas coitados, na falta de melhores notícias.
Por cá
Criminalidade
Este aumento de criminalidade cria a necessidade de fortes medidas de contenção. A maior criminalização do uso de armas e o reforço dos meios e processos das autoridades é um primeiro passo mas provavelmente terá que ser reforçado para evitar que a extrema-direita venha captar os votos dos mais receosos que esperam milagres.
Verifica-se também que muitos dos criminosos são "repetentes" e mesmo depois de presos voltam à criminalidade mal são libertos.
Nos EUA a partir de 3 detenções por criminalidade, a quarta detenção leva a prisão perpétua por se considerar que o delinquente "não tem cura". Cá isso será impossível mas talvez um agravamento de penas o permita afastar da sociedade como se deseja, dado que se tornou um perigo para a mesma.
Tribunais
Curiosamente poucos contestaram a notícia e editorial do Expresso que refere o facto de os juízes estarem a aplicar pouco a prisão preventiva porque "não querem", libertando delinquentes que poucas horas depois voltam a praticar actos criminosos.
Parece que tudo como forma de "vingança" sobre o Governo por cortes nas suas benesses e privilégios, que eram insustentáveis sem aumento de impostos dos portugueses e que impedem mesmo a diminuição dos mesmos.
Na minha opinião qualquer profissional de qualquer classe que é remunerada pelo erário público e usa a sua posição para chantagear o Estado e no fundo os portugueses, para manter ou aumentar as suas benesses e privilégios, deve ser expulso da profissão e sempre que tal se justifique, responsabilizado judicialmente.
CGTP
A CGTP só nos apresenta surpresas. Depois de se saber que também utiliza recibos verdes nas condições que tanto critica aos outros, agora sabe-se que cobra 10% das indemnizações recebidas pelos trabalhadores nos despedimentos colectivos.
Ou seja, para terem mais receitas é do seu interesse que haja mais conflito social, mais encerramento de empresas o que a beneficia financeiramente e beneficia politicamente o PCP.
Por outro lado o sindicato comunista dos professores vem sugerir a "solução" para o excesso de professores. Para eles "basta" diminuir o número de turmas por professor... E já agora o número de alunos por turma. Nós já temos um dos melhores rácios da OCDE entre número de professores e número de alunos mas nada como aplicar as sugestões do sindicato para criar empregos artificiais à custa dos impostos dos portugueses...
É bom que quem tire cursos com o objectivo de ser professor tenha em consideração que, tal como em todas as outras profissões, o emprego não é garantido.
O sindicalismo da CGTP foi derrotado a 30 de Maio, a greve "geral" foi um fracasso.
E quem o reconhece é a CGTP quando antecipando pouca adesão à greve começou com o discurso do "medo de fazer greve" e terminou ontem à noite com o discurso envergonhado em relação aos números da adesão, que pela primeira vez deixaram de ser importantes, não tendo também pela primeira vez avançado com os seus números por mais irrealistas que fossem.
Foi a derrota de um sindicalismo em fim de vida.
Porque a esmagadora maioria dos portuguses percebe que :
- A história da "precaridade" do emprego é o mais natural que acontece no dia-a-dia. É irrealista pedir a uma organização que mantenha o emprego de um trabalhador por mais de 40 anos como se o mundo, Portugal, a própria organização. já nem falando da competência e desempenho do trabalhador fossem imutáveis.
- É surrealista pedir que o Estado seja obrigado a manter o posto de trabalho de TODOS os funcionários durante largas dezenas de anos independentemente da evolução do país e do desempenho do trabalhador ou permitir reformas antes dos 60 ou, ainda mais surrealista, seja obrigado em cada par de anos a subir TODOS na carreira ainda mais com o impacto de tal na massa salarial e pensões a pagar.
Como afirmou Jaime Antunes no jornal Oje :
"Num país onde a taxa de sindicalização da população tem vindo a cair todos os anos e é das mais baixas da União Europeia, onde os sindicatos são organizações completamente ultrapassadas, actuando à século XIX, entrincheirados no sector público, onde sobrevivem
à custa dos sindicalistas pagos pelo Orçamento do Estado, esta greve geral não passa de uma
acção desencadeada numa lógica partidária de contestação ao Governo."
Os portugueses perceberam isto e felizmente percebem que o país tem que mudar.
E é isso que está a derrotar os sindicatos de influência comunista.