Comentários e opiniões sobre a actualidade nacional e internacional, económica e não só.

Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2008
Saúde, Aeroporto e Referendo...
Saúde
Que acontecia ao nosso sistema de saúde se todos os médicos e enfermeiras estrangeiros que cá trabalham se fossem embora ? Ficava num lindo sarilho ...

Entretanto o actual Bastonário da Ordem dos Médicos afirma ao Destak sobre as vagas em Medicina :
"... As vagas actuais respondem largamente às necessidades e à carência relativa dos últimos anos pelo que em caso algum devem ser aumentadas".

De relembrar que a "carência relativa" é culpa da Ordem dos Médicos que SEMPRE bloqueou ou procurou bloquear qualquer alargamento do número de Faculdades de Medicina e/ou do numerus clausus (número de admissões possível) para as mesmas.

Aeroporto
Habemus Aeroporto!
Que se avance rápidamente para o novo aeroporto de Lisboa, único e não a coexistência de dois aeroportozinhos. Últimos estudos davam a Portela a poder atingir o esgotamento em 2010 ...

Referendo sobre o Tratado Europeu
Para lá de opiniões de carácter meramente político e similar, continuam as opiniões mais factuais sobre o referendo ao Tratado.

in Oje, Jaime Antunes

"... Fazer agora um referendo para ratificar o Tratado de Lisboa não tem qualquer sentido na medida em que este Tratado não transfere mais soberania do que os anteriores e, por outro lado, como se constata regularmente nas eleições europeias, os eleitores dificilmente participariam num referendo em que sentem que nada de essencial está em jogo.
Um referendo com uma participação de 25 ou 30% dos eleitores nem seria representativo e antes resultaria numa vergonha europeia para Portugal, justamente o país que liderou o Conselho Europeu que conseguiu o acordo final e a assinatura do Tratado.
O referendo, em vez de discutir o Tratado, seria apenas uma oportunidade para aqueles que são contra a presença de Portugal na União Europeia, mas que não têm coragem
de o assumir, fazerem uma campanha contra a UE, sem apresentarem qualquer alternativa válida."

Quanto ao último parágrafo, como eu disse anteriormente, não se apresenta alternativas válidas porque ...

"Os partidos de extrema-esquerda (PCP/BE) e extrema-direita (PNR) querem referendo para terem tempo de antena e se fosse possível levar ao fim do Tratado dado que nunca quiseram Portugal na UE, sendo tal um sapo vivo que ainda não digeriram. Em termos ideológicos para estes partidos, similares entre eles, se a saída de Portugal da UE levasse ao colapso sócio-económico tal seria um dos passos para o objectivo ideológico que nunca deixaram de ter : implementar uma ditadura, comunista ou nazi, em Portugal."



publicado por HomoEconomicus às 14:42
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Quinta-feira, 29 de Novembro de 2007
Novamente sobre o aeroporto
Sobre o tema do aeroporto e agora da Portela+1, um leitor fez vários comentários que talvez espelham a opinião de muitos outros.

Aqui vai a minha opinião.

É preciso um novo aeroporto para a capital do país por várias razões:
. O aeroporto da Portela em termos de infraestrutura está obsoleto, a realidade aeroportuária e económica actual é completamente diferente agora do que era em 1942. O aeroporto tem sido obrigado a ter remendos muito dispendiosos nos últimos anos que são apenas remendos que pouco resolvem;
. O aeroporto estando no meio da capital tem impacto ambiental  sobre a cidade em termos de ruido e poluição;
. O aeroporto é um risco para a cidade. Com aviões a levantarem e aterrarem sobre a densamente urbanizada Lisboa, a queda de um avião faria o 11 de Setembro parecer uma brincadeira de crianças. Existem simulacros da queda na aterragem, caindo na zona do Campo Grande/Av. de Roma/AV dos Estados Unidos que são reveladores.

A alternativa da Associação Comercial do Porto que "poupava dinheiro", Portela + 1, é um estudo puramente economicista não tendo em conta por exemplo infraestruturas rodoviárias e ferroviárias por exemplo nem todos os restantes factores a considerar num estudo desta dimensão.

É naturalmente patrocinada pelo lobby do Norte (Cadilhe, Ludgero Marques, Rui Moreira) para o qual qualquer investimento a Sul do Mondego deve ser evitado, ainda mais receando o agravamento do declíneo por culpa própria do Norte em termos de peso sócio-económico no país.

Também ter em consideração que o próprio estudo da ACP refere que lá para 2030 tinha que ser criado um aeroporto de raíz (naturalmente mais caro e com menos fundos comunitários), ou seja não passa mais de um adiar da decisão, como já vem sido adiada desde início dos anos 70. A opção Alcochete+Portela é uma diferente versão do previsto caso se escolha Alcochete.

Quanto ao aeroporto do Montijo a ser retirado à utilização militar, quais os considerandos e consequências para essa decisão ? Tira-se às Forças Armadas o Campo de Tiro, tira-se a Base Aérea (porque será que está perto da capital ?) sem conhecimento da possibilidade e factores a ter em conta com essa decisão ?

A resposta já foi dada nesse aspecto :
"A Base Aérea do Montijo não poderá ser usada para acolher a construção do novo aeroporto de Lisboa, como propõe o estudo da Associação Comercial do Porto (ACP). O ministro da Defesa, Severiano Teixeira, já classificou a base como fundamental “para a Força Aérea e para o País” e, por isso, irá manter-se. A importância estratégica da base aérea, quer para Portugal, quer para a NATO (que recentemente investiu no local), faz com que não possa ser equacionada a sua utilização para outros fins que não sejam militares." In Correio da Manhã

Mas mesmo admitindo que tal não fosse, quantas capitais tem 2 aeroportos civis ? E principalmente, que tipo de aeroportos são esses ? São um aeroporto obsoleto e sobrelotado no meio da cidade com os riscos já referidos e um ex-aeroporto militar que para ser "baratinho" (veja-se o custo que foi os últimos remendos na Portela) parecia um aeroporto de 3º mundo ? Teremos nós capacidade financeira para os muitos custos duplicados de 2 aeroportos "remendados" ?

TGV
Segundo o sugerido o TGV iria directamente ao Montijo e depois faria "marcha-atrás" para ir até Lisboa a "baixa velocidade" ? Será mesmo a solução a ser adoptada para o TGV seja onde for que fique o aeroporto ? Se o TGV pretende competir com o avião por exemplo nas viagens Lisboa-Porto, desvios a baixa velocidade seja por onde for não serão própriamente a melhor ideia. E seria a primeira capital sem ser servida directamente pelo TGV.

A hipótese implícita ("TGV poderia ficar junto ao Aeroporto no Montijo, mas já está decidido que chegue à Gare do Oriente, portanto assim será, mas poderão aproveitar uma parte do traçado da linha já existente entre o Barreiro, Caia e Badajoz, poupando-se algum dinheiro em expropriações" de que o terminal do TGV não fosse sequer na Gare do Oriente mas apenas no Montijo roça o lirismo. O barato sai caro como se sabe.

Quer dizer, quem viesse da Europa ou do Porto até Lisboa pararia no Montijo e mudaria de comboio para um comboio mais "lento". Era lindo para a atractividade e rentabilidade do TGV. Tendo em conta o importante polo turistico da área Lisboa-Cascais era um excelente atracção para o turista dizer-lhe "chegas ao Montijo e sais de armas e bagagens para apanhares outro comboio para a cidade de destino, Lisboa". Já agora, quantas pontes seriam necessárias para tudo isso ? Que custos teriam ? Quantos passageiros não quereriam utilizar táxi ou autocarro para o percurso Montijo-Lisboa congestionando ainda mais o trânsito da capital ?

E a justificação de que "a margem sul é uma zona plana e é, por excelência, o local de expansão da cidade de Lisboa, limitada que está a Norte por uma cadeia de serranias" não colhe. Executivos e turistas que queiram vir a Lisboa não terão própriamente grande interesse em que o TGV sirva os arrabaldes de Lisboa sejam eles para a margem sul, para norte ou para Oeste. Querem visitar Lisboa-Centro e/ou zona Sintra-Cascais.

Tirando Troia no turismo e mesmo aí a vantagem nem é assim tão grande em termos de distância-tempo, também não vejo o Complexo Industrial de Sines ou a AutoEuropa como grandes pontos de interesse para a maioria dos passageiros do TGV ou, ainda mais, pontos que fariam com que não houvesse interesse em ter a estação de TGV em Lisboa mesmo para aqueles que se dirijam a esses locais específicos.

Acha sinceramente que os espanhois que escolhessem o TGV para virem a Portugal preferirão ficar no Montijo em vez de Lisboa quando vierem para estes lados por exemplo na Páscoa  ?  Que gostaram de terem que mudar de comboio com todas as chatices e tempo perdido para continuarem até Lisboa ?

Repito, dizer "o TGV nem necessitaria de chegar a Lisboa, ficaria muito bem no Montijo, mas como a decisão já foi tomada e vai mesmo até à Gare do Oriente, não vou insistir mais nisso." não é própriamente a melhor forma de analisar o tema. Como diz, e bem, nem insista mais.

"Estranhamente" ou talvez não o TGV e o seu equivalente no percurso Paris-Londres param em Madrid, Paris, Londres, Bruxelas, Berlim, etc. e não em cidades a 10 km. Não será porque uma vantagem competitiva do TGV é permitir sair no centro das cidades ao contrário dos aeroportos que devido a todos os efeitos negativos e riscos de um tráfego cada vez maior devem ficar fora do centro das cidades ? Leia o artigo que referi neste blog.

E já agora,o percurso Lisboa-Porto e Porto Lisboa seriam transformados em Montijo-Porto e Porto-Montijo, perdendo grande parte dos passageiros, nomeadamente executivos que não estão andar em chatices, perder tempo, mudar de comboios não era ?

Quanto a : "Caso o Governo insista em desactivar o aeroporto da Portela..."

Mas acha que isto é apenas uma "decisão do Governo" ? Até quando espera que aguente o aeroporto da Portela ? A própria ACP considera como limite 2030 ("amortizando-se" pouco mais de uma dúzia de anos). E mesmo em 2030 tudo o relacionado com o começar quase de novo com a desactivação da Portela e o novo aeroporto sairá naturalmente mais caro e com menos fundos comunitários como já foi referido.

E caso já tenha viajado de avião e concerteza comparado a Portela com aeroportos de outras capitais em todos aspectos, quer manter a Portela apenas por curiosidade no que lhe acontecerá se o avião tiver dificuldades no meio de Lisboa ao levantar ou aterrar ?
 


publicado por HomoEconomicus às 18:58
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