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Sábado, 16 de Junho de 2007
Novo Aeroporto de Lisboa e TGV
Espera-se que para final deste ano se DECIDA sobre o novo aeroporto de Lisboa.
Decisão entre a Ota e Alcochete, dado que o estudo que apresenta Alcochete demonstra que é a melhor alternativa da margem sul. Ou seja, espera-se que não existam "caramelos" que, caso Alcochete seja a opção derrotada, não venham depois pedir mais estudos comparativos com Rio Frio, Poceirão, etc. que foram consideradas opções inferiores a Alcochete.
Mas em Portugal tudo é de esperar...
Entretanto o lobby do norte associado a alguns pequenos partidos que procuram "ser diferentes" quer que a decisão seja Portela + 1 pedindo estudos (com custos) que o "provem".
Como já referi, o lobby do norte procura impedir qualquer investimento a sul do Mondego. Neste caso específico querem uma capital do país com dois pequenos aeroportos na mesquinhez dos pequenos para que o "seu" aeroporto possa ser o mais relevante a nível nacional. Para além de quererem impedir qualquer pólo de desenvolvimento a sul que acentue ainda mais a perda de peso económico no país de um norte baseado em industrias tradicionais de mão-de-obra barata e em declíneo.
Como também já referi, se essa fosse a opção devem ser punidos criminalmente os decisores e apoiantes dessa decisão caso um avião caia sobre a capital do país, dado que cada vez com maior frequência os aviões sobrevoam a capital a baixa altitude a levantar e aterrar com os todos riscos inerentes.
Mas agora uns dados que a imprensa aqui e ali vai publicando :
Opção Portela + 1
- Daqui a uma dezena de anos teriamos um aeroporto septuagenário cheio de "remendos" e no máximo para 15-16 milhões de passageiros. As barracas (desculpem, novo terminal) já chegam agora à 2ª circular. Os "remendos" são um sourvedouro de largas centenas de milhões de euros ao longo dos anos;
- O "1" seria talvez o Montijo com custos financeiros enormes de remodeção às novas "tarefas";
- O total de capacidade seria insuficiente poucos anos depois, mesmo com todo o investimento feito;
- Para além disso Portela+ (Montijo ou Alverca) teria limitações de tráfego devido a corredores de voo comuns;
- Custos de operação de 2 aeroportos, com boa parte dos custos duplicado dado que necessários em cada aeroporto (por exemplo bombeiros), tornaria a solução "2 aeroportos" financeiramente insustentável.
Ota
- Clientes : Mais perto de potenciais clientes (8 milhões versus 4,5 milhões) se fosse em Rio Frio;
- Militares: A 75 km da base de Monte Real. Aeroporto de Torrejón, Madrid, a 10 km de base militar com 2 esquadrões de F-18;
- Visibilidade : 4% dias por ano de baixa visibilidade na Ota. Mas 7% na Portela e 15% em Madrid;
- Expansão : Heathrow (Reino Unido) serve perto de 70 milhões de passageiros, tem capacidade para 85 milhões, área de 900 hectares. Ota tem uma área de 1400 hectares.
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TGV
Segundo a imprensa agora vai-se procurar "atacar" o TGV. Se o "ataque" for em relação à qualidade das opções de financiamento, avaliar as diferentes opções, deve ser feito. Se for para por em causa o TGV é mais uma vez o "Portugal dos pequeninos" que nunca teria feito os Descobrimentos de que estamos a falar.
- Estranho que parece que quem quer "acabar" com TGV foram os mesmos que concordaram com Espanha o traçado que unirá as 2 capitais, ficando no futuro todas as capitais da Europa unidas por TGV;
- Os que agora não querem um TGV em T deitado de menores custos são os mesmos que queriam um TGV em "pi" deitado com custos esmagadoramente mais elevados, principalmente a "perna" mais a norte do "pi";
- Se formos o único ou dos raros países da União Europeia sem TGV mas ficando daqui a 30 ou 40 anos com uma tecnologia de caminhos de ferro dos anos 60-70 com alguns aperfeiçoamentos, não nos poderemos queixar do nosso atraso e isolamento;
- Sem TGV daqui a uma trintena de anos para a Europa não seremos muito diferentes do que é actualmente a América Latina em relação a Portugal. O país para onde os restantes países europeus despacharão os seus comboios ultrapassados, como nós enviamos os antigos comboios da Linha de Sintra para a América Latina.
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Mas estas "lutas" são as mesmas contra a Ponte Vasco da Gama, a Expo 98, Porto Cidade da Cultura, Centro Cultural de Belém, Euro 2004 (aqui os que ainda reclamam os 10 estádios "esquecem" que com 8 estádios teriamos tido o Euro 2004 em Espanha e os benefícios reconhecidos do evento para Portugal e o nosso turismo a serem colhidos pelos espanhóis), só para lembrar algumas situações.
E claro, no séc. XV ninguém teria gasto dinheiro para financiar uma viagem arriscadíssima para descobrir um caminho marítimo para a longínqua Índia. Isto se os "pequeninos" não tivessem mesmo impedido algo mais "gastador" que uma viagenzitas até aos descobertos arquipélagos da Madeira e Açores
As lutas do "Portugal dos pequeninos".
De paulo a 26 de Junho de 2007 às 21:38
Sobre o TGV, é possível fazer melhor e o estado gastar menos, caso os interessado prestem atenção a novos estudos e informações.
Paulo
inventorpt@gmail.com
A minha opinião sobre "estudos e informações" é que são a desculpa portuguesa para a também muito portuguesa mania de adiar decisões.
O novo aeroporto de Lisboa ao longo de 30 anos tem enterradas fortunas em "estudos" e ninguém duvide que as pseudo-poupanças que se pretendeu adiando e "estudando" consecutivamente são muito inferiores aos custos adicionais directos e indirectos de o aeroporto não ter sido feito há 5 ou 10 anos atrás.
O mesmo com o TGV. O que se pretendia agora com mais "estudos e informações" ?
Adiar para daqui a uns anos o custo de construção ser ainda maior, os apoios da UE ainda menores e sermos o único país da Europa sem ligação a rede de alta velocidade, que terminaria em Madrid, dado que os novos países aderentes não perderão tempo com questões existenciais como as nossas ?
Já existem muitos estudos de vários traçados do TGV. Apenas falta decidir o local onde passará tendo em conta a localização do novo aeroporto de Lisboa.
Altura de decidir, não adiar.
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