Comentários e opiniões sobre a actualidade nacional e internacional, económica e não só.
Quinta-feira, 7 de Junho de 2007
Globalização e os folclóricos anti-globalização
Mais uma reunião do G8 e tal como nas reuniões da OMC, mais manifestações e actos de violência dos inadaptados da sociedade.

Grupelhos da extrema-esquerda e extrema-direita que se unem para tentar satisfazer a frustação do  seu falhanço pessoal, académico e profissional na sociedade, culpando a sociedade  de tudo e procurando satisfazer as suas frustações através de manifestações preferencialmente com actos de violência delinquente,  o que na verdade é sempre melhor para o ego do que reconhecerem que são uns falhados ou pelo menos uns frustados com a sua vida.

- Dizem eles "Não à globalização"

Globalização na verdade iniciada pelos portugueses com as Descobertas, que tinham como um dos grandes objectivos o comércio internacional.
Não é preciso ser muito inteligente para se perceber que se por hipótese acabasse o comércio internacional TODOS os países ficavam pior começando pelos nosso, com desemprego a disparar, escassez de vários bens e nível de preços a disparar também. Não é preciso muita inteligência para se perceber isso.

- Dizem eles que "a globalização aumenta as desigualdades sociais".

Mais importante que as igualdades sociais, o importante é saber se os que estão piores numa dada sociedade antes da abertura do seu país ao comércio internacional melhoram ou pioram. E TODOS os dados PROVAM que ficaram melhor, sejam quais forem os indicadores de análise. Quanto às "diferenças sociais", é com cada país praticar as suas políticas redestributivas. Mas é melhor haver desigualdades num um país mais rico que por redistribuição as pode minorar, ou "igualdade" na miséria ?

Claro que "minorar" as "desigualdades" deve ser feito com cautela. Se eu me esforçar muito mais que o vizinho  na minha vida académica e profissional para depois o Governo vir e obrigar a que o meu nível de vida fique semelhante ao do vizinho, o que acham que eu faço ?

Para os extremistas a sociedade deve ser igualitária, na mediocridade. Para os "igualitários anti-capitalismo e anti--globalização" é melhor todos "igualitáriamente" na miséria e preferencialmente sob uma ditadura de "iluminados" (que não estarão na miséria, estejam descansados) é melhor que uns na mediania mas outros muito bem na vida. As invejas são sempre complicadas e a procura de quem nos guie um sintoma de imaturidade e insegurança pessoal.

Mas aqueles que gostam de uma "sociedade igualitária" vão a Cuba. Toda a população entre fazer biscates e a prostituição para procurar ter algo de melhor. E não venham com tretas do "boicote dos EUA" como causa da miséria cubana.
1º O boicote não é o papão nem a desculpa que os esquerdistas querem. Até portugueses já investiram em Cuba.
2º Mesmo que o boicote fosse total, que não é, apenas cumpria o que os "anti-globalização" defendem, impedir a Cuba de se globalizar com todos os "malefícios" da globalização. E Cuba estará muito melhor isolada. Não é ?

-  Dizem eles "Não às fábricas  das multinacionais capitalistas, exploradoras, fascistas".

Coitados, que cegueira dogmática.

Que se saiba nos países de 3º mundo ou mesmo em Portugal ou países de Leste, ninguém é obrigado a ir trabalhar para essas fábricas. Porque todos correm a esses empregos, mesmo quando existem empregos noutros lados ?

Porque tendo naturalmente os trabalhadores nas fábricas multinacionais menor remuneração que nos países de origem, senão é ÓBVIO que as fábricas ficavam nos países de origem, trabalhar numa multinacional assegura SEMPRE melhores ordenados e condições de trabalho que nas chafaricas locais. Para além de criarem emprego.

Dizem alguns "génios da luta dos trabalhadores" que as condições oferecidas pelas multinacionais nos países do 3º Mundo são "muito piores" que as oferecidas  nos EUA, Europa Ocidental, etc... 

Claro. Nem é preciso ir mais longe. A AutoEuropa oferece condições abaixo das oferecidas numa fábrica equivalente na Alemanha. Querem que a AutoEuropa feche ? Já nem falando aspectos como a produtividade sempre importantes nestas comparações.

Comparando então uma fábrica nos EUA com uma fábrica na Indonésia, para satisfazer os anticapitalistas com ódio de estimação aos EUA (porque derrotaram o nacional-socialismo alemão, o comunismo da URSS e o fascismo italiano), o que temos ?

. Se a fábrica tivesse que oferecer mesmas condições que nos EUA ficava nos EUA, embora não fosse garantido que muitos americanos quisessem trabalhar mesmo com condições "americanas". Provávelmente seriam imigrantes mexicanos, o que é sempre bom para os mexicanos, claro. Mas quem é anti-globalização é necessáriamente anti-imigração. A imigração é um dos elementos da globalização;

. Os indonésios preferem sempre trabalhar numa fábrica de multinacional "capitalista" americana que lhes oferece emprego e condições muito melhores do que em qualquer fábrica indonésia;

.  A fábrica na Indonésia NUNCA poderia  oferecer aos indonésios remunerações "à americana" pelo factor adicional de que tal iria criar desiquilíbrios na economia indonésia. Para os pobres de espírito que não percebem isso, imaginem a AutoEuropa pagar como na Alemanha, com as pressões sindicais para que todos ganhassemos como na Alemanha.

Imaginem no absurdo que a partir de 1 de Janeiro de 2008 TODOS os portugueses seriam remunerados como os alemães. Sabem o que aconteceria a Portugal ?

Os ignorantes informem-se, naturalmente nem todos são obrigados a saber. Os hipócritas aldrabões que sabem mas mentem em nome do dogma, é melhor ficarem calados.

Estejam descansados os "bons samaritanos" que tal como aconteceu com Portugal, com a globalização nos países do 3º mundo as condições laborais irão gradualmente melhorar, sem criar tenções ou problemas nos respectivos países e irão ano após ano ficar mais ricos e com melhor nível de vida, mesmo que ao longo da mesma tenham que ir aprendendo, mudando, adaptando a novas necessidades de uma sociedade que não "pára" ao longo das mais que 4 dezenas de anos da vida profissional de um ser humano, pelo que o ser humano também não pode parar.

Já agora um ponto adicional. Sabem o que aconteceria se a Nike por exemplo pagasse nas fábricas nos países de 3º Mundo o mesmo que nos EUA ?

1 - Os ténis ficavam mais caros;
2- Ténis mais caros, procura diminuia;
3 - Procura diminuia, fábricas fechavam e o indonésio nem ordenado "à americana" nem emprego, nem condições de trabalho, nem ordenado "de multinacional capitalista" acima do oferecido em média na Indonésia. Nada.

Azar não era ?

Nota adicional :
Temos que começar a ver os actos de violência anti-globalização como actos de criminalidade (que o são) e não actos "políticos" que nunca o foram. Ou seja, nada de polícia branda em que por vezes tem mais baixas nos confrontos que os próprios manifestantes delinquentes, mas actuar com a força necessária como se actua contra gangues de criminosos, na mesma escala mas com mais firmeza.  Quem actua com pedras, paus,  cocktails Molotov e semelhantes artefactos deve ser defrontado na mesma escala de força para que a violência deixe de se repetir.


publicado por HomoEconomicus às 10:17
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5 comentários:
De pmaa a 7 de Junho de 2007 às 15:29
Concordo com alguns argumentos apresentados, mas parece-me pertinente juntar outro, o facto de os governantes estarem cada vez mais distantes dos eleitores e tomarem decisões condicionadas por interesses, leva a que as pessoas se revoltem.
Queria felicitá-lo pelo blog e informá-lo que vou colocá-lo na lista de links do meu blog.


De HomoEconomicus a 7 de Junho de 2007 às 19:00
Na minha opinião a opinião fácil de que os políticos são todos os maus da fita mais isto e aquilo é muitas vezes injusta.

São tão bons ou maus como a restante população.

Acho mesmo que são mal pagos para a responsabilidade que têm, principalmento os membros do Governo e o Presidente da República, embora dizer isto para muitos seja políticamente incorrecto. Se ser político é "ter tacho" ou "fazem pouco e ganham muito" e outras pérolas semelhantes, os que invejam os políticos que se tornem políticos para gozarem dos mesmos "benefícios".

Nas democracias considero que os políticos em geral procuram fazer o melhor que sabem. Também fazem asneiras e sofrem as consequências em termos de imagem pública pessoal e eleitoralmente. Mas também fazem coisas que para a população em geral parece que "estão erradas" ou como diz, "condicionadas por interesses", mas normalmente verifica-se que a prazo são as melhores decisões para o país, mas as pessoas não percebem e revoltam-se.

Mas a maior parte dos críticos são defensores de sistemas ditatoriais onde ser político é "fácil". Não só a população não é informada nem sonha com muito do que é feito, como os críticos são fácilmente eliminados.

Claro que o que acabei de dizer não tem a ver com o seu comentário, mas com os do fácil "bota abaixo".

Obrigado sobre o que disse sobre o blog, felicito-o também pelo seu que confesso que não conhecia.

Homo Economicus


De Paulo a 14 de Setembro de 2007 às 03:42
Sobre a Nike indonésia tenho a dizer que no caso concreto até fosse bom que a fábrica fali-se: os operários que lá trabalham talvez tivessem que voltar para os seus arrozais na orla da floresta húmida fugindo assim a uma vida inteira de trabalho semi-escravo, por dedicação a um sonho que nem eles nem os filhos alcançarão: «The American way of life». Acredito que a economia necessite muito dessa ilusão mas é um preço muito alto para que o «dogma» se justifique.


De Paulo a 14 de Setembro de 2007 às 03:45
Fali-se ou falisse, that`s the question! E que tal falice?


De HomoEconomicus a 17 de Setembro de 2007 às 17:57
Começando pelo fim ...

"Dogma" ? O "dogma" vem de frases como aquela do "trabalho semi-escravo" ... Quais são os horários, condições de trabalho em todos os aspectos, instalações, etc. que demonstrem o carácter "semi-escravo" ?

Que se saiba nenhum indonésio é obrigado a trabalhar na Nike, qualquer um pode voltar para o trabalho nos arrozais onde pelo seu raciocínio será mais "feliz". Parece que tal não acontece, pelo contrário. Porque será ? Preferirão a "semi-escravatura" entre aspas da Nike à escravatura e miséria ?

Já agora também é interessante o seu optimismo em relação aos indonésios. Que tanto a geração actual como as seguintes podem ficar pelos arrozais que nunca irão longe... animador, nem o colonialista mais veemente diria melhor.

Já agora experimente ir à Indonésia "exigir" o encerramento da fábrica, para ver a popularidade dessa acção revolucionária.

Ou para a AutoEuropa, cujos trabalhadores têm piores condições salariais por exemplo que os colegas em fábricas alemãs da Volkswagen.


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