Como se esperava já há algum tempo, vieram hoje as más notícias com a previsão de crescimento do PIB a descer de 2,2 para 1,5% do PIB.
Espera-se que mesmo nesta situação o Governo esqueça os eleitoralismos e continue no caminho das reformas e contenção orçamental necessários para não se estragar mais uma vez o que foi feito até agora.
Esta quebra do crescimento do PIB era esperada. Por um lado a actividade cíclica da economia tem levado que de 7-8 anos em 7-8 anos o crescimento do PIB abrande notóriamente ou se torne mesmo negativo.
Este ano tem-se uma crise internacional que está a fazer cair o maior motor do crescimento do nosso PIB, as exportações. O investimento privado não arranca por fraca procura interna e agora quebra na procura externa. O governo a braços com o défice ainda elevado não pode aumentar a despesa. Tudo somado é o que temos.
Os portugueses, já apertados com o despesismo e respectivos créditos dos últimos anos, a que se junta aumento dos juros do crédito da casa, aumento dos combustíveis e aumento de alguns bens alimentares não podem aumentar o seu consumo.
Ou seja, uma situação complicada a nível económico.
Que se pode fazer ?
. Baixar impostos aumentaria o défice do Estado com todas as consequências negativas para o país, desde o perigo de perda de transferências de subsídios da UE à perda de credibilidade de Portugal perante a Europa. Mesmo assim temos mais folga do que nos últimos 30 anos. Mas nada garante que uma baixa de impostos como o IRS ou IRC, a fazer efeito apenas daqui a um ano, tivesse grande influência no consumo dos portugueses como seria necessário para o país crescer. E o IVA já vai descer, não sendo de esperar grande impacto.
. Aumentar salários a meio do ano como alguns milagreiros da extrema-esquerda comunista defendem apenas levaria a maior défice o que levaria a mais cedo ou mais tarde impostos mais elevados, as empresas nacionais a ficarem em dificuldades e perderem competitividade e, aumentando os salários sem aumento de produtividade, apenas faria a inflação subir mais ainda anulando qualquer aumento salarial.
. Criar "políticas de emprego" ? O Banco de Portugal demonstrou por A + B que as "políticas de emprego" dos sucessivos Governos apenas fazem gastar centenas de milhões do erário público sem impacto que se veja na taxa de desemprego. E criar falsos empregos apenas cria aumento de procura o que sem aumento de oferta leva a subida da inflação.
. Descida das taxas de juro, aumentando o rendimento disponível das famílias com créditos à habitação depende do Banco Central Europeu. E este também tem cuidado com a inflação, caso contrário o que se ganharia com a descida dos juros era "comido" pela subida da inflação.
Não há soluções fáceis, ou não haverá soluções interventivas eficientes.
O abrandamento nacional e internacional levará por exemplo à descida das matérias-primas entre outros factores o que, embora com custos, será a forma mais saudável de ajustamento da economia portuguesa.
Santos milagreiros e despesistas aliviavam nos meses mais próximos e enterravam-nos ainda mais por muitos anos a seguir. O que também é objectivo desses santos milagreiros. Quanto pior o país mais eles se regozijam, no sonho utópico de ainda poder implantar no país uma ditadura do proletariado, estilo Cuba ou ex-URSS.
Que se saiba nunca foi característica das economias comunistas passadas e presentes a pujança económica e a riqueza dos seus habitantes. São "saudáveis" na mediania a mediocridade trocando baixa inflação por preços controlados com filas para os bens essenciais e falta dos mesmos, ou oferecendo igualitarismo com salários de miséria.
Por isso nada de ilusões.