Comentários e opiniões sobre a actualidade nacional e internacional, económica e não só.
Domingo, 18 de Novembro de 2007
Sobre o Referendo ao Tratado Europeu (Tratado de Lisboa)
Um referendo ao novo Tratado Europeu como aqui já foi dito apenas servirá para tempo de antena (que todos pagaremos dos nossos impostos) aos gémeos desavindos PRN/FN e PCP/BE por um lado e aos políticos ou analistas que têm que ser irreverentes ou polémicos para sobreviverem.
Será mais um fracasso em termos de participação como os anteriores e tenham a certeza que os do "Não", como em casos anteriores, somarão a abstenção aos seus votos para cantar "vitórias" (entre aspas). Claro que isso é desonestidade intelectual.
Mas todos sabemos que as extremas políticas nunca se caracterizaram por capacidade ou honestidade intelectual.
Por eles eramos um país em ditadura neo-nazi ou um país em ditadura comunista com todas as "vantagens" que históricamente se provou que essas ditaduras tiveram para os respectivos países.
E desejando ditaduras, óbviamente sempre odiaram o facto de Portugal ter entrado na CEE, mais tarde UE, ou ter entrado no sistema monetário do euro e agora concordar com um tratado que tornará cada vez mais remota a possibilidade da ditadura dos respectivos sonhos. E criando-se uma Europa Federal, esta ainda menos aceitaria uma ditadura num dos seus Estados, impedindo-a pela força se necessário. E lá se ia o sonho ainda existente de comunistas e nacional-socialistas.
Vejam a Venezuela de Chavez. Do "revolucionário"... A institucionalização da perpetuação no poder, da censura, etc., etc. é o quê ? A Venezuela daqui a uns anos não será um Zimbabwe apenas porque tem petróleo. E mesmo assim ... É esperar para ver.
É isto que as extremas políticas desejavam para cá. Duvidam ?
Sobre o referendo ao tratado vem Vital Moreira reafirmar o óbvio. A asneira de um referendo. Basta ler...
"... (Vital Moreira) considerou que o tratado aprovado no mês passado em Lisboa é um documento “ilegível” porque tem “centenas de artigos”. Referendá-lo seria “desrespeitar o povo”, concluiu.
Por outro lado, continuou, “não há nada menos participado do que um referendo em Portugal”. Este, prognosticou, teria uma “participação eleitoral inferior a 30 por cento”, o que iria dar aos opositores da União Europeia argumentos para questionarem a sua “legitimidade democrática” caso o Tratado fosse aprovado.
O constitucionalista entende também que o PS e José Sócrates não devem sentir-se obrigados a convocar um referendo para ratificar o Tratado, tal como prometeram durante a última campanha eleitoral, porque “há certos compromissos que o pior que lhes pode acontecer é serem cumpridos”. A sua opinião é de que os socialistas assumiram esse compromisso eleitoral “na perspectiva do Tratado Constitucional”, que acabou por ser abandonado e substituído pelo Tratado de Lisboa."
in Correio da Manhã.18-11-07