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Quarta-feira, 7 de Novembro de 2007
A sorte dos governantes
Em Portugal e mesmo "lá fora" a maior parte dos governos cai mais por cansaço e asneiras dos governantes que pela qualidade da oposição.
Depois é uma questão de acções tomadas ou sorte que fazem um governo continuar ou não. Foi a guerra das Malvinas (Falklands) que permitiu a Tatcher a reeleição que parecia perdida por exemplo.
Em Portugal apesar de se poder elogiar o trabalho feito, houve a sorte de o Tratado Europeu ter calhado para Lisboa, o que traz sempre boa imagem para o Governo.
Depois é a sorte que a oposição traz ...
Basta ver na discussão do Orçamento de Estado :
BE/PCP (os Verdes sao um PC esverdeado)
Se consideramos irresponsáveis famílias que todos os anos gastarem mais do que recebem, acumulando dívidas incomportáveis, para estes partidos um Governo deve fazer mesmo isso, enterrar-se em dívida.
. Começam por ser contra qualquer governo democráticamente eleito em que não estejam;
. São pelo Estado e mais Estado ... mais empresas do Estado despesistas e de fácil chantagem pelos sindicatos (vai-se sacar ao Orçamento de Estado), aumentos de 6% (!) para a função pública, o Estado dar emprego a todos (nem que seja uns a cavar buracos e outros a tapar esses buracos), reformas o mais cedo possível, todos a chegarem ao topo da carreira independentemente da capacidade profissional e capacidade orçamental, etc.
. E ... menos impostos...
Quem pagará o descalabro de tudo isso ?
Estão-se nas tintas. Não estão no Governo, não têm responsabilidades.
CDS-PP
Esteve no último governo o que é sempre um handicap. Também querendo equilíbrio orçamental, agora é o campeão da "exigência" de descida de impostos que arruinava todos os sacrifícios de contenção do défice.
PSD
A sorte de lotaria de ter calhado como líder de bancada o ex-primeiro-ministro que levou o PS a uma maioria absoluta antes inimaginável. Um handicap ainda maior.
Depois foi o que se viu ...
Qualquer regresso ao passado apenas favorece o governo actual. Depois critica-se cortes em vários sectores mas também se critica o facto de a despesa corrente ser ainda alta, o que faz confusão a muita gente pela incoerência dado que não se propõem outros cortes na despesa. Depois uma confusão entre IVAs na fronteira e laivos de populismo dos fechos das maternidades, centros de sade, etc. Incoerencias entre o que diz SL e o que diz ou escreve LFM, como no fecho das maternidades, que poderá não ser a última.
...
Será que a oposição "entalou" verdadeiramente o Governo na discussão do OE ?
Tirando o genérico ´de "exigir" mais beneficios (mais despesa) e menos impostos (menos receitas) que teriam resultados desastrosos orçamentalmente (e TODOS pagamos os défices, o dinheiro não cai do céu), nenhumas críticas ou propostas concretas que "entalassem" o Governo.
Para um Governo cada vez melhor, esperemos que a oposição seja cada vez mais competente.
Porque a concorrência é um bom incentivo para se melhorar o desempenho.