Ouvidos pela Lusa, os jornalistas do Le Monde e do Les Echo (França), Reuters (Reino Unido), Corriere della Sera (Itália), Finantial Times Deutschland (Alemanha) e Expansión (Espanha) consideraram que «mais uma vez ficou provado» que as presidências europeias dos países de pequena ou média dimensão são mais eficazes do que as dos «grandes».
Ramon Lavin, do Expansión, afirmou que «são sempre os países de pequena e média dimensão, como Portugal, que fazem as coisas avançar», porque colocam mais «entusiasmo» na condução dos 27.
Jacques Docquiert, do Les Echos, também considerou que os países da dimensão de Portugal «fazem as melhores presidências» face aos «grandes» que têm interesses em várias matérias e que levam os restantes Estados-membros a desconfiar das suas verdadeiras intenções.
O acordo e a assinatura do Tratado de Lisboa foi, para todos eles, o ponto alto da presidência portuguesa, apesar de a maior parte do trabalho político ter sido resolvido pela anterior, da Alemanha.
Paul Taylor, da Reuters, é da opinião que Lisboa «manobrou muito bem, evitando e resolvendo» os problemas que a Polónia e o Reino Unido criaram aquando do debate técnico sobre a redacção do novo Tratado.
Uma opinião partilhada por Ivo Caizzi, do Corriere Della Será, que não poupou elogios à forma como Lisboa solucionou «muitos problemas nada fáceis» colocados por aqueles dois países.
Mas se o Tratado de Lisboa foi o grande feito dos portugueses, vários correspondentes também realçam a resolução de outros «dossiers» importantes, nalguns casos bloqueados há vários anos, dando como exemplo o acordo sobre o financiamento do Sistema Galileo de navegação por satélite ou a finalização do «Pacote IVA» para o comércio electrónico.
A organização da Cimeira UE-África também mereceu nota positiva, tendo Portugal organizado essa mega-reunião depois de vários anos em que outros países o tentaram sem conseguir, segundo Paul Taylor.
A cimeira, com chefes de Estado ou de Governo de 80 países, decorreu de «forma credível», apesar de o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, a ter boicotado por causa do diferendo que Londres tem com o presidente Robert Mugabe, do Zimbabué.
Ramon Lavin também realçou o «sucesso» da Cimeira UE-África, que, segundo ele, ficou marcada pelas críticas dos africanos aos novos acordos de parceria estratégica, os quais, «no entanto, acabaram por assinar logo no dia a seguir à reunião».
Wolfgang, do Finantial Times Deutschland, considerou que a cimeira foi bem organizada por Lisboa, que, «desde o início, não teve medo da controvérsia» pela discussão de temas difíceis, como o respeito pelos direitos humanos ou a boa governação.
Uma «boa prestação» portuguesa também na condução do delicado problema do Kosovo, onde Lisboa conseguiu manter a «unidade e mesmo a convergência» dos 27, apesar da questão não estar ainda resolvida, segundo Philippe Ricard, do Le Monde.
A organização «sem falhas» de dezenas de reuniões realizadas em todo o território de Portugal também mereceu o elogio dos correspondentes habituados a viagens de trabalho em todos os Estados-membros.
Wolfgang Proissl propôs mesmo, em jeito de brincadeira, que Portugal tenha sempre a sua presidência durante o Inverno, uma forma de os correspondentes em Bruxelas beneficiarem do bom tempo que o país tem.
Portugal assumiu a presidência rotativa semestral da UE pela terceira vez desde que aderiu à então chamada CEE, em 1986."
in Diário Digital / Lusa, 18-12-2007
Por cá começa o alarido de alguns, como já aqui referi nacional-socialistas (nazis), comunistas, esquerda folclórica e alguns que precisam de ser polémicos para terem tempo de antena para sobreviver, sobre referendar o Tratado de Lisboa.
Alguns comentários...
. Em Portugal os referendos são uma perda de tempo e dinheiro. NUNCA foram vinculativos porque nunca votaram sequer 50% dos portugueses por muito que nas sondagens a maioria diga que quer referendo, desde que às urnas vão os outros.
. Servem de tempo de antena a ideologias extremistas que depois na desonestidade que lhes é característica costumam juntar a abstenção ao resultado que for mais conveniente para dizerem que "o referendo 'mostrou' que ..." quando na realidade o número de votantes na sua "causa" pouco mais é que o número de eleitores telecomandados que têm noutras eleições.
. Servem para descredibilizar a democracia parlamentar, procurando dar relevo à populista "democracia directa", o primeiro passo para a implantação de ditaduras. Um líder autoritário e uns referendos qb que substituam "chatices" como eleições ou oposições parlamentares. Quem votou por exemplo PSD ou PS sabe perfeitamente que estes partidos apoiam o Tratado Europeu, não precisam de referendar o óbvio.
. Sobre o tema de os referendos serem um potencial passo para a ditadura leiam o livro de ficção "Darkest Days" (Stanley Gallon) onde se descreve como uma democracia pode resvalar para uma ditadura. Eliminação do Senado e Congresso ("parlamentos" dos EUA), a desculpa de "condições" que impedem convocar novas eleições, referendos para contentar a população que pensa ser mais participativa ... uma ditadura.
. No dia do Tratado lá veio a CGTP/PCP com a sua manif contra o mesmo. Se tivessem conquistado o poder em 75 tinhamos entrado na Comecon, mesmo no Pacto de Varsóvia e ai de quem contestasse ou tentasse manifestar ... Em Portugal são governos eleitos e que todos sabem ser pelo Tratado que o defendem.
. Na AR lá vem o BE/PCP + a "irreverente" JS pedirem o referendo, enquanto o CDS quer ver onde param as coisas ... Mas cómico é o PCP, através do "democrata" Bernardino Soares, aquele que considera a Coreia do Norte uma democracia onde é bom morrer (desculpem, viver), não só pedir o referendo mas ter já a pergunta feita ...
E qual é a pergunta ?
"Aprova o Tratado Reformador que altera o Tratado da União Europeia e o Tratado que institui a Comunidade Europeia?”
Pergunta simples como se vê. Para se responder terá que se conhecer os 3 Tratados, o último e o que alterou em relação aos outros. Ou seja, no fundo uma questão que faria com que provávelmente os que votavam eram os telecomandados comunistas, o que lhes daria uma "vitória" de perto de 100% e poderem depois dizer que o "povo" está contra o tratado.
E é esse o objectivo. Uma palhaçada de questão para uma palhaçada de referendo para poderem destilar o que toda a gente sabe. Com o PCP no poder não haveria referendos ao Tratado porque não estariamos na UE mas sim nalguma "aliança de irmãos" com Cuba, Bolívia, Venezuela (de Chavez claro), Coreia do Norte, Líbia, e ditaduras similares.
Alguém duvida ?
Para acabar se quiserem referendo, façam-no. Tempo e dinheiro perdidos, tempo de antena a extremistas e folclóricos. Mas OK, é isso que é um referendo. Mas depois deixem-se de interpretações desonestas, de aldrabices. Cinjam-se aos resultados TAL e QUAL eles são. E se a vitória for da abstenção tirem a conclusão óbvia. Os portugueses NÃO queriam referendo.
Mas já sei, pedir honestidade a alguns é pedir Sol na eira e chuva no nabal. Impossível.
Dia 12 de Dezembro assistiu no Parlamento Europeu à peixeirada dos gémeos desavindos, a extrema-esquerda e a extrema-direita.
Desavindos mas ligados no serem contra o Tratado Europeu, quererem referendos apenas para na sua minoridade poderem ter tempo de antena, e nervosos porque quanto maior a integração europeia menores as possibilidades de tentarem implementar nos respectivos países a ditadura e repressão a gosto de cada extrema.
Desavindos porque inventam umas variantes para tentarem demonstrar que são diferentes quando no fundo não o são.
No século XX a extrema-esquerda e a extrema-direita apenas implementaram ditaduras que causaram largos milhões de mortos, guerras de elevada destruição incluindo da própria Europa e a destruição física ou quase dos próprios países.
Nada mais.
Agora vestem peles de carneiro invocando a democracia ou "direitos" à população que nunca concederam nos países com a sua ideologia nem nunca concederiam se chegassem ao poder. Populismo, demagogia, aldrabice, nada mais.
Contra as extremas só deve existir um comportamento por parte das democracias.
Tolerância zero.
PS. Na Suíça a racionalidade imperou. O Parlamento em votação impediu que o ex-ministro de extrema-direita que implementou medidas racistas e xenófobas no governo anterior pudesse voltar a ser ministro no novo governo. Bofetada de luva branca, tolerância zero.
Mas já agora caso essas senhoras vivessem nessa época (anos 30 até 45) também se suicidariam como Magda Goebbels (que até se divorciou de um primeiro casamento antes de se casar com o nazi), assassinando bárbaramente e cobardemente os filhos, quando vissem a derrocada e o fim do papá Hitler ?
Claro, era o mínimo que se esperaria.