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Terça-feira, 10 de Julho de 2007
Flexisegurança e "precaridades"
Muito se fala agora de flexisegurança e "precaridades".
Os sindicatos comunistas que pretendiam uma Europa formato ex-URSS (visitem Cuba para ver como funciona) são naturalmente contra.
Mas de que falam eles ?
Para eles não devia haver "precaridade", ou seja, uma organização que contratasse um trabalhador teria que o manter durante mais de 40 anos de carreira independentemente de tudo o que acontecesse nesses 40 anos à organização e independentemente da competência e profissionalismo do trabalhador.
Quais as consequências disso ?
Menos emprego e menos produtividade, menor riqueza criada, menor rendimento per capita.
Alguns factos que ajudam a compreender a situação:
1. Os sindicatos históricamente não defendem os desempregados, apenas têm retórica demagógica sobre o desemprego. Preferem um ideológico "contrato colectivo" onde cobrem competentes e incompetentes com um ordenado médio a premiar competentes e substituir os incompetentes por desempregados.
2. Os sindicatos protestam veementemente contra a passagem de contratos colectivos a contratos individuais de trabalho em que cada um é compensado pelo seu mérito porque perdem o peso político que um contrato colectivo lhes dá, principalmente no Estado , para servirem a agenda política dos partidos que os comandam.
3. Os sindicatos preferem o despedimento colectivo ao despedimento individual, dado que admitem mais aquele que este. Se eu tiver uma empresa e quiser despedir 2 ou 3 funcionários incompetentes e "baldas" é mais rápido fechar, fazer despedimento colectivo e voltar a abrir com os trabalhadores que interessam. Mas os sindicatos adoram despedimentos colectivos, dão tempo de antena e servem a agenda política anti-governo (seja qual for o governo).
3. Se eu abrir uma empresa cujo futuro desconheço e tiver indeciso entre contratar 6 e 10 trabalhadores, se a lei me obriga a manter indefinidamente (imensas dificuldades no despedimento) todos aqueles com quem fizer um contrato (como defendem os sindicatos), eu vou contratar apenas 6 e provávelmente em recibos verdes (menos direitos para os trabalhadores) pelo menos nos primeiros tempos de actividade para ver a evolução do negócio e poder "mandar embora" sem problemas se o sucesso for menor que o esperado. Menos emprego, menos condições sociais para o trabalhador.
4. Se for mais fácil despedir, é mais fácil contratar, a taxa de desemprego é menor, as empresas têm exactamente os trabalhadores de que necessitam e com as competências necessárias aumentando a produtividade, a riqueza, o rendimento do país e de todos.
5. Se é mais fácil contratar significa que cair no desemprego é um drama menor dado que mais empresas contratam sem receio de ficarem com "pesos-mortos".
Por outro lado a "segurança" da flexisegurança significa formação e obrigatoriedade de procura activa de emprego a troco de manutenção de estilo de vida do desempregado. As penalizações para "desempregados profissionais" devem ser fortíssimas para o sistema funcionar.
6. Havendo flexisegurança devem ser fortíssimas as penalisações para as empresas que contratam a recibo verde, que é utilizado em Portugal como forma de permitir o despedimento, como forma de flexibilizar o mercado de trabalho. Com flexisegurança deve ser obrigatória a assinatura de contratos individuais de trabalho que aumentam as receitas da segurança social e a protecção social do trabalhador.
7. Convém perceber que por várias razões nenhuma empresa tem interesse de estar a despedir e voltar a contratar. Se o fazem é na situação de truques para manter artificialmente a flexibilidade laboral num país em que despedir é muito difícil, e voltam a contratar o mesmo trabalhador.
Também convém lembrar que os trabalhadores que têm ofertas melhores noutra empresas são livres de sair dando o período necessário à empresa onde estão.
O resto é demagogia e dogma ideológico de extrema-esquerda.
É interessante ver como os sindicatos gostam de apontar as diferenças de nível de vida dos trabalhadores portugueses em relação a muitos outros países europeus. Mas nesses países onde os trabalhadores têm melhor nível de vida, o que os sindicatos defendem para Portugal NÃO é naturalmente aplicado, felizmente para esses trabalhadores.
De
Ana a 10 de Julho de 2007 às 11:37
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